terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dancei

O samba estava comendo solto, e eu, num gingado quase gringo haha.

Não conheço tantos sambas antigos, aqueles de raiz, mas acho lindo, um ritmo tão nosso, tão contagiante. E de tão contagiante, mesmo sem quase nenhuma coordenação, me permiti uma sequencia de 5 passos para frente e para trás, com muita raça. Algo parecido com uma minhoca desgovernada.

Um cara enorme, de quase 2 metros me tira pra dançar, eu, no auge dos 1,54 virei quase uma anã perto do grandalhão, mas tudo bem, rsrs.
Deixei bem claro que não sabia dançar, ele insistiu e se arrependeu. Um fiasco nosso samba a dois rsrs. Juro, não conseguia acertar nem um pra lá e outro pra cá.

E o mais engraçado é que quando você está dançando e quer que acabe logo, os músicos inventam qualquer coisa que prolongue a música. Acho que foram no mínimo 7 minutos. Morrendo de vergonha, pedi desculpas.
Ai, Virgem de Guadalupe, e não é que o bonito emendou mais uma dança, haha.
Mirei de longe duas amigas que morriam de rir, o que me fez também cair na gargalhada e perder ainda mais o ritmo, que há tempos já estava tenebroso, o cara tentando me conduzir e eu dançando igual aquelas velhinhas em baile da 3ª idade.

Ok, ok...um dia eu hei de liberar a globeleza que habita em meu ser(ou não) haha. Super queria aprender dançar samba-rock, para me acabar ao som do Seu Jorge.

Enquanto isso não acontece, haja rockabilly(ritmo dos anos 50 e 60) para compensar a vergonha. E eu adoroo dançar rockabilly. Não é créu, mas tem que ter disposição, para girar, e girar muitoooo, e com direito a vestido de bolinha e tudo! Hehe.

;D

P.S- Que saudade das aulas de dança!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mary and Max - Uma Amizade Diferente



Esse é um dos meus filmes preferidos. É quase impossível assistir sem me emocionar e chorar um bocadinho.

É uma animação para adultos, bem diferente dos clássicos da Pixar e Disney, nada de 3D e efeitos especiais mirabolantes. O filme é muito simples, mas, com muita profundidade. E com certa leveza e humor aborda temas como a amizade, o amor, idealismos, alcoolismo, dramas familiares, solidão e a síndrome de asperger.

Acho que nunca assisti um filme que apresentasse de uma maneira tão bela e tão humana a amizade e a aceitação, e ainda, o quanto ela é necessária, o quanto nós precisamos nos relacionar e precisamos ser histórias compartilhadas. Porém, sem muito idealismo, pois como seres imperfeitos que somos, falhamos muito ao articular nossos sentimentos.

Me identifico em alguns momentos com Mary e em outros momentos com Max. E é uma delícia viajar junto com as cartas que atravessavam dois Continentes.

Aliás, adoro escrever e receber cartas. Acho carta muito mais pessoal, é a minha letra, o meu toque. Quando eu era criança, escrevia cartas e borrifava meu perfume para que ficassem também com o meu cheiro, e como Mary, sempre tive o costume de colocar chocolates ou lembrancinhas nas cartas que entrego.

Bom, quem não assistiu, super indico, ainda está em cartaz no Belas Artes e se quiserem companhia, é só me chamar, pois eu amo esse filme rsrs =D

"Esta canção diz, uh: Não importa quem você é, não importa onde você vá, na vida, em algum momento você irá precisar de alguém, para ficar do seu lado."
Stand by Me - Playing for Change

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um dia por vez

Acho impressionante a capacidade humana de rotular tudo, classificar tudo, acelerar tudo, cobrar tudo...

Em casa, recebo uma ligação, é o suficiente pra começarem as perguntas: Você está namorando? Então, o quê é que vocês tem? E se não estão namorando, quando vão começar?
- Mãe, estou solteira, e muito feliz. =D

- Você está desempregada? Mas depois de 6 anos você saiu da Abril por quê? Menina, você é louca! E vai começar trabalhar quando?

Após um mês inteiro de curso, estudando temas pesados como violência doméstica, feminismo, racismo e outros ismos, a palestrante encerra o curso com uma pergunta taxativa: Você é feminista?
Eu pedi ajuda aos universitários,pois ainda estava cheia de dúvidas e questionamentos, e a pergunta me fez mal, eu deixei ali muitos preconceitos e conceitos, e construi novos ideais, resumi-los em: sou feminista, ou, não sou feminista é phod*.
Isso, com uma TPM monstra, não deu outra, cheguei em casa e chorei até. Rs.

Dias depois, recebi um email muito fofo de uma professora:

"Vá desenvolvendo as dúvidas e vá buscando respostas, essa é a melhor maneira de viver. Quando tudo está muito certo, respondido e aceito, ficamos num tédio absurdo. Paramos no tempo, entramos na inércia. Escreva sobre suas dúvidas, faça crônicas, elabore os trabalhos das disciplinas, aproveite-as para crescer e amadurecer."

Adorei.

Eu não quero me definir, quero me construir. Quero me compor, me escrever, me desenhar, me procurar. Eu sou caçador de mim e, ainda tenho um tempinho pela frente para encontrar. Buscando um dia por vez, sem pressa, vivendo.

Fechando os olhos e cantando:

Não se afobe, não
Que nada é pra já.




PQP - E esse Chico Buarque? Gzuz, lindo demais.
Ah, e ele está o máximooo no documentário Uma Noite em 67(mutcho bom).

;D

domingo, 15 de agosto de 2010

Kimi

Esses dias, fui almoçar na Liberdade, e é impossível passar por lá sem lembrar de uma pessoa que marcou minha vida, e me ensinou tantas coisas, a dona Kimi.

Desde o primeiro dia que nos vimos, a senhora foi tão simpática, me olhou e abriu um sorriso. Como se já soubesse que nossas almas se ligariam. Me aproximei e começamos conversar, o sotaque era carregado e vez por outra, dizia algumas palavras em japonês. Mesmo assim, conversamos bastante, e foi o suficiente para me encantar com uma velhinha tão linda.

Passei a visitá-la todos os domingos. A senhora me contava sobre a vida no Japão, sobre a chegada ao interior do Brasil e como foi parar na Liberdade. Contava também que casou muito nova, e um tempo depois, descobriu que o marido tinha outra família, e logo ficou viúva. A história se repetiu no segundo casamento. Dizia ainda, que nem mesmo os tapas que levava doíam tanto quanto as traições.

Um dia, fiz carinho em seus cabelos, e nunca vou esquecer sua reação, fechando os olhinhos e sorrindo, a senhora me disse que não sabia receber carinho, pois nunca lhe fizeram.

Uma época, tentei aprender falar japonês, mas, claro, não consegui, ô idioma difícil rs. E contei pra senhora, que prontamente respondeu:
- A moça tem coração, não precisa ter língua, tem que saber falar com o coração.

Não esqueço que um domingo não pude visitá-la, e na semana seguinte, a senhora, que me chamava de moça, disse ter me esperado o domingo todo, e que quando ouvia barulho no elevador, o coração disparava, mas, quando percebia que não era a moça, ficava triste.

A senhora também gostava muito do "moço", tanto, que depois de um tempinho, quando fui sozinha visitá-la, não tive coragem de dizer que não iria mais com o moço.

A senhora não sabia o que era receber sem doar algo em troca, e sempre que eu chegava com alguma lembrancinha,corria para o quarto e procurava algum presente, uma vez, me deu um cortador de unhas rsrs, outra vez, um jogo de botões com linha e agulha e uma presilha de cabelo que a senhora usava no Japão. Tenho todos até hoje, menos a presilha, que sumiu numa mudança.
E uma vez, fiz um poema pra senhora, que disse: ô, moça tava vendo coração de Kimi para escrever? Quem me dera, ver um coração tão lindo quanto o da senhora.

As vezes, a senhora queria me mostrar fotos antigas, e dizia sorrindo que era muito bonita quando jovem, e realmente era.

Também costumava falar sempre que já estava cansada de viver, 90 anos era muita coisa e por isso, não via a hora de descansar.
Eu preferia mesmo que a senhora tivesse partido assim, sem dor, rumo ao descanso.
Foi muito dolorido ver a senhora tão mal, inconsciente, sem poder falar, sorrir, e me olhar com tanto carinho.

Mas, ainda hoje, eu trago na memória e no coração a dona Kimi que apesar dos 90 anos, era cheia de vida, e tinha palavras tão sábias e um sorriso fofo demais, e me dizia coisas do coração.
Kami Sama foi muito bom, e me presenteou o dia em que pude conhecê-la, a senhora fez e ainda faz parte da minha história.
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Mudando de pato pra ganso, hoje foi dia dos solteiros, mas, para duas amigas, o love está super in the air...haha. Não é Rose? Não é Sam? hihi. Vai que é tua Tafarel rs.

domingo, 8 de agosto de 2010

Ah, sonhar

Hoje, tirei a noite pra sonhar.

Sonhar acordada, sonhar através de notas musicais, sonhos cantados numa doce voz, tornando-se quase uma oração.

Dias tristes pedem sonhos, e sonhos que não limitem-se em dimensão, pois eles, os sonhos, precisam ser grandes, largos, extensos, e devem de preferência, alcançar o céu, deixando assim, qualquer tristeza pequenininha que só.

Sonhar não custa nada, além de tempo e coração. O meu sonho foi escrito por outra pessoa, e isso o torna melhor ainda, sonho bom mesmo, é sonho compartilhado, é sonho que vira coro, é sonho que de voz em voz, torna-se real.

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voar

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um pedido especial

- Olá, boa noite, seja bem-vinda. Aqui está nosso cardápio.

- Boa noite, obrigada, mas já sei qual será meu pedido:

Entrada - Eu quero a sorte de um amor tranqüilo,com sabor de fruta mordida
Prato principal - Todo amor que houver nessa vida
Sobremesa - Pra poesia que a gente não vive, transformar o tédio em melodia*

- Acho que por enquanto é só isso. Vou aguardar e quando chegar, me fartar, afinal:

Vida foi feita pra estar em dia
Com a fome**



* Todo Amor que Houver Nessa Vida - Cazuza
** Boa Noite - Djavan


domingo, 1 de agosto de 2010

Recordar é viver

Sábado, dia de sair pra ouvir música boa, dar risada, dançar e por aí vai. Certo? assim seria, se eu não tivesse levado um bolo de duas bonitas.
Aí, resolvi tirar a noite pra ouvir música e conversar com um amigão via MSN, relembrando alguns fatos peculiares de nossa adolescência, a maioria impublicáveis, tamanha vergonha, mas, um eu vou contar, e se esse é o mais leve, imaginem o resto.

Por baixo, acho que já assisti o filme Dirty Dance umas 50 vezes(ok, exagerei um pouco, talvez tenham sido 30 rs). Quem assistiu, lembra com certeza do salto que a Baby deu na dança final, ao som de Time of My Life. Como nunca tive um Patrick Swayze(o quê era aquilo? haha) em casa, me virei com o quê tinha: O sofá. Não foram raras as vezes em que peguei impulso, corri pela sala e me joguei de braços abertos como se fosse levantar voo(na nova lei ortográfica fica assim? sempre confundo.) no sofá. Rsrs.

Adoro esse filme, e acompanha a trilha sonora a música Hungry Eyes, que tem um vídeo impagável. O cantor é uma mistura de Walter Mercado(ligue jah) e Cauby Peixoto(Conceiçãooo). Não bastando,o ator principal, que só aparece no final do vídeo é irmão gêmeo do Tiririca, e a atriz é no mínimo prima da cantora Rosana (Como uma deusa). Um barato.

Como eu já estava nesse clima, resolvi ouvir a rádio trash (adoro a estação trash in love rsrs). O quê só me faz ter mais certeza que realmente nasci na época errada. Sou uma saudosista de primeira, até mesmo de épocas que não vivi, acho o máximo músicas dos anos 70, 80 e 90.
Meu corpo cria vida própria ao som de Like a Virgin da Madonna. e quando se trata de Careless Whisper do George Michel, não resisto, danço com quem estiver à frente, sorte que a única vítima por enquanto foi a minha mãe, espero nunca escutar na rua. Aliás, minha mãe é a que mais presencia esses ocorridos, uma vez, estávamos no Pão de Açucar e começou tocar If you leave me now do grupo Chicago, dancei "de leve" e cantei muito: Uh uh uh no, baby please don't go.

E assim, totalmente nostálgica, dei adeus ao sábado e boas vindas ao domingo, me divertindo com a viagem ao túnel do tempo.