sexta-feira, 30 de julho de 2010

O amor é importante, porra.

Esses dias fui ao shopping com a minha mãe, nos acomodamos na praça de alimentação e ao nosso lado estava uma criança muito fofa, a Laura. Ela estava com a avó, uma senhora muito simpática. Logo apareceu a mãe da Laura, típica perua, com a seguinte pérola: - Estou revoltada, uma criança apareceu na fila dizendo estar com muita fome e pedindo um lanche, acabei de gastar R$ 50,00, claro que não vou gastar mais com ela. Shopping é lugar de pedir comida? (???).

É, como cantava Elis, o ser humano tá na maior fissura e tá cada vez mais down no high society. Nos chocamos ao ver na mídia casos brutais de violência, mas não percebemos que no dia-a-dia, com nossas palavras e atitudes também matamos outros seres humanos, e também vamos morrendo, pois perdemos nossa sensibilidade, nossa capacidade de ir além do umbigo.

Cada vez mais nossas relações tornam-se superficiais e egoistas. Não é?
Desaprendemos conversar, o assunto sempre cai no "eu". Não conseguimos mais olhar nos olhos e ouvir atentamente aquilo que os outros tem a nos dizer.
Que loucura, minha gente. Estamos perdendo nosso bem mais valioso, o amor, e quando amamos, nossa maior alegria é satisfazer o ser amado.

Gentileza gera gentileza, tomara que a gente encontre esse caminho, o caminho da gentileza, do carinho, do cuidado e do respeito uns com os outros. Eu, um tanto piegas, ainda acho que seja possível. E vocês, acreditam?

"...Amor, palavra que liberta, já dizia o profeta."

domingo, 18 de julho de 2010

O Vencedor?

Quem costuma passar por aqui, e ler alguns textos, já percebeu o quanto sou viciada em músicas, pois é, elas tomam a maior parte do meu dia e também dos meus pensamentos, e hoje, minha mente foi dominada por uma música em especial, O Vencedor, do grupo Los Hermanos.

Eu poderia classificar essa música como "libertadora". Sim, isso mesmo. Quando ouço os trechos embalados pela voz do Marcelo Camelo, sinto um enorme peso saindo das minhas costas, é como se eu me livrasse por alguns minutos da pressão de ser sempre vitoriosa.
E cá pra nós, ô coisinha terrível, não é mesmo? ora bolas, não serei sempre vitoriosa, não serei sempre a primeira, a melhor, a mais destacada. Essa cobrança nos ronda desde a infância até os últimos dias de vida.

É como se não pudéssemos sentir dor, tristeza, dúvidas, como se no meio do caminho não houvesse lugar para os erros, para o medo, para o incerto. O discurso é sempre tão "up" que não sobra espaço para aquilo que nos faz gente, nos faz humanos.

Além do que, é na dor que nos tornamos iguais, dor é dor, derrota é derrota, e não deixa de fora classe social, gênero, religião, etc. E é também em meio a dor que podemos crescer, podemos ser consolados, podemos aprender, podemos receber carinho e apoio, podemos contar com um ombro amigo, com alguém que simplesmente diga: Estou aqui, contigo.

Nem só de flores se faz um caminho, mas, flores são flores, e sempre aparecerão, ainda que mistudas a espinhos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mudanças

"...E eu vou embora, sem mais feridas, sem despedidas, eu quero ver o Mar."
(Vanessa da Mata - Música)

Acho que é exatamente isso, eu quero ver o mar. Quero o profundo, o além, perder a vista diante da imensidão, eu quero o novo.
Mas o novo, é sinônimo de mudança, e elas são bem-vindas. Às vezes(quase sempre), essas mudanças não são tão fáceis, não tem hora certa pra chegar ou ir embora e não dizem a quê vieram, é como o vento, sopra onde quer, e com ele, também leva e traz o que quer.
Eu, sou quase a própria metaformose ambulante cantada por Raul Seixas. É impressionante, mas 5 minutos podem fazer uma diferença imensa sobre mim, ou dentro de mim.
Tudo muda o tempo todo, ou melhor, as pessoas mudam o tempo todo, e de repente, aquilo que era, já não é mais. Aquela dor, já não dói mais. Aquela lembrança, já não faz mais tanto sentido e estar em determinado lugar não é mais agradável.
Eu costumo pensar algumas mudanças da minha vida como mudanças que ocorrem em algumas músicas. Inclusive, estava conversando com uma amiga sobre isso, e ela tem a mesma sensação (e me deu a idéia do post).
Por exemplo, a música Fico Assim sem Você, com a dupla Claudinho e Buchecha, eu não gostava tanto, de repente, vai a Adriana Calcanhoto e muda a melodia, a voz, e a música fica linda.
Eu amo as composições do Roberto Carlos, cada letra linda de dor de cotovelo, mas a voz dele, me desculpem, não suporto. Agora, quando Marisa Monte canta Eu te amo , Fernanda Takai canta Você já me esqueceu, Maria Bethânia canta Nossa Canção, a mudança é de queijo para cheiro verde, eu diria.

A mesma essência, com melodias diferentes, e ocorre uma transformação. E a vida é assim, não é mesmo?
Que mude o que deve ser mudado e permaneça o que é necessário. E que durante esse permanente processo, a gente realmente aprenda a deixar de lado aquela velha opinião formada sobre tudo.

Só não vale perder o barco rumo ao mar, não quero cantar no final:

Lá fora, amor,
Uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela
O tempo passou na janela
Só Carolina não viu.
(Chico Buarque - Carolina)

P.S: Chico é Chico, não tem nem o que dizer. Mas prefiro a música Carolina com o Caetano. Acho essa, uma das mais belas músicas com esse nome aí rs =)
P.S 2: Coloquei o vídeo das músicas citadas no post, é só clicar em cima do nome e abrir numa nova janela.