sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Personas queridas...

Um Feliz Natal a todos, até para aqueles que não gostam muito, aproveitem de alguma forma, com a comelança (humm), as bebidinhas, as risadas e as cias.

Muita luz!

Um beijão

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Detalhes tão pequenos...

Tenho a seguinte teoria: Roberto Carlos é maravilhoso, na boca dos outros.
As letras do cara são lindas e emocionam, mas, a voz dele, para mim não rola. Diferente do Tremendão, Erasmo, que adoro as letras, as música, a voz...

Bom, mas não é sobre isso que quero escrever.
Uma amiga me chamou para trabalhar no show do Roberto, e eu super topei. E descobri que existe alguma magia nos lugares que o cara canta. Eu, que não costumo chorar nem mesmo em shows que gosto muito, parecia uma manteiga derretida. Principalmente depois de algumas situações:

1 - O show estava para começar e o pessoal começou chegar, alguns casais e muitas velhinhas, algumas acompanhadas por suas filhas e outras entre amigas . Cada velhinha linda, que acabei por eleger entre elas, a musa da terceira idade, uma fofa, que era muito parecida com a minha avó, e após informar a vitória, um abraço bom demais.

2 - Um casal chegou após o começo do show, dizendo que haviam perdido os ingressos. A mulher, dizia que eles haviam comprado os ingressos assim que souberam do show, mas, que infelizmente não sabia onde deixou guardado (Ahãm, senta lá Claudia, rs) e que seu sonho era assistir o show do "Rei", disse também, que quando chegou ao local encontrou um ingresso à venda, mas assistir o show sem o marido não teria graça. E perguntou se eles poderiam assistir pelo telão, do lado de fora. Fiquei com muita dó e deixei os dois entrarem.
Aí o Roberto Carlos começou cantar a música Eu te amo, os dois se olharam, ele a abraçou e começaram cantar a música um para o outro! Ah, fala sério, que coisa mais lindaa!! Super momento Laurinha : É tãoooooo romantico. Rs.

3 - Um cara, uma moça e uma senhora foram até a entrada do show, a senhora segurava um copo de cerveja e eu disse que ela não poderia entrar bebendo, o cara que estava junto com ela, era seu filho e a moça, a filha. O cara perguntou o que estava acontecendo ali, e eu disse que era o show do Roberto Carlos.
A mãe falou: Poxa, com certeza eu não vou entrar bebendo, aliás, não vou entrar de jeito nenhum, nem imaginei que fosse o show do "Rei", e foi saindo, toda triste, aí o filho a chamou de volta e disse: Não, mãe, a senhora vai assistir o show, este é o seu presente surpresa de aniversário! Ela começou chorar, a filha começou chorar e eu também, haha. Fala sério, que fofoo.
O filho comprou uma roupa nova para a mãe e disse que aquela noite eles jantariam fora, para comemorar o aniversário. Ela nem imaginava que na verdade, tinha um encontro marcado com seu ídolo, e que compartilharia este momento tão especial com os dois filhos.

Por último, as luzes se apagaram, o Roberto pegou seu violão, e começou cantar Detalhes, e aí, até esqueci minha teoria, a energia é muito maior...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vida de tímido é difícil, é difícil como que...

Fui uma adolescente extremamente tímida, de ficar vermelha, sentir o rosto "pegar fogo", sorrir feito hiena para disfarçar, dizer frases desconexas. Tremedeira, mãos suando, evitava ser a última a chegar aos lugares para não ter de cumprimentar a todos e ser o centro dos olhares.

E quando comecei trabalhar então, eu era uma espécie de Rodrigo Santoro em filmes Hollywoodianos, entrava muda e saía calada. As vezes, perguntavam brincando se eu ainda estava respirando...haha. E diziam que quando eu ficasse mais velha toda essa timidez iria melhorar.
E eu pensava: Tomara mesmo, quero chegar aos 30 sem vergonha, bem desavergonhada...rs, mas minha resposta não passava de um sorriso.

Alguns dos sintomas acima persistem, mas, não é que sinto que melhorei um pouco?
Até me considero atualmente, uma tímida ousada, como definia-se Clarice Lispector. Esses dias, estava pensando, até que tenho avançado mesmo, conseguir ir a um lugar que não conheço ninguém, com a cara(vermelha) e a coragem...é muitaaaa sociabilidade...Gzuis...rsrs.

Hoje ouvi uma música, que recebi de uma amiga, há uns 3 anos atrás.
Ela dizia ter encontrado a canção que me descrevia perfeitamente. Pois quando ouvi, de fato, pude me enxergar na música, e foi assim (que eu você passar por mim?) que Timidez tornou-se meu mantra. Eu queria ser uma coisa assim, meio Garganta ,haha, mas, que nada...



Ah, e quando recebi a música, estava de paixonite aguda e platônica, ouvia com vontade de gritar...rs

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Me deixas louca

Noites e mais noites em claro, rolando na cama de um lado para o outro. Com o pensamento lá longe.
Vejo o dia amanhecer enquanto todos dormem e descansam.

Fome? nem lembro que devo me alimentar. Um docinho aqui e outro ali, pronto, satisfeita.

Ao sentir sua presença, meu rosto resplandece. Basta me olharem atentamente para ver estampado em minha face as marcas que acompanham sua chegada.

E com você aqui, hora é uma alegria sem fim, hora melancolia sem fim, e nesses momentos, recorro aquela música, Delicate (minha música oficial do choro).

Ah, fora a necessidade de carinhos e abraços sem fim =D

É tão forte, que chega a doer.

Em outras palavras:
Insônia.
Gula por doces(uma caixa de bis de limão por dia).
Pele oleosa e um monte de espinha.
Uma semana vivendo quase com transtorno bipolar, hahaha.
Carente que só, e pra acabar, uma cólica dos infernos.

TPM, FILADAMÃEE, rsrs

Não é brinquedo não.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O cara valente

Em 23 anos, aquela foi a segunda vez que o vi assim.
Ali na minha frente, desfeito, exposto, sem a armadura. O cara valente, chorando como menino que pede colo.

Ele, que tantas vezes me fez chorar também. Buscando consolo e pedindo ajuda.

Dizendo que por dentro sentia um grande vazio, que chegava a doer, e que por vezes tentou preencher o buraco que carregava no peito em compras, e o êxtase, dependendo da nova aquisição, poderia durar até 3 semanas. Depois, passava.
Também tentou preencher-se com festas e bebidas, sem chances. O espaço continuava ali, oco, latejando.

Pois acho que antes de tudo, você deve aprender ser humano, ser gente. Se permitir sentir, tirar a máscara e a pose, elas são muito pesadas, e te descaracterizam. Deixe suas verdadeiras cores serem vistas, mesmo que sejam triste. Tire o cartaz, ele não engana, não.
Ah, e deixe o amor invadir esse vazio, para aprender amar e ser amado, nunca é tarde.

"Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda.
Homem chorar comove. Ele, o lutador, reconheceu sua luta às vezes inútil. Respeito muito o homem que chora. Eu já vi homem chorar." Clarice Lispector.



PS. PQP, essa Maria Rita é demais, né?!!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A árvore, a poda e a vida

- As vezes, penso que você está regredindo.
- Por quê?
- Ah, você trabalhava numa grande editora e saiu para fazer estágio numa favela. Começou uma faculdade e se tivesse continuado já estaria formada. Tinha um namorado bom que gostava demais de você. E pouco a pouco,se desfez de tudo.

Fiquei com a pulga atrás da orelha, será verdade?

O trabalho - um chefe terrorista, domingos regados a crises de choro por pensar que mais uma semana estava a caminho, pressão, e o oposto de tudo que eu idealizava para o futuro. Na favela, conheci gente grande, enorme, que deixa qualquer nome de empresa ou editora pequenininha.

A faculdade - na época, a única mensalidade que eu podia pagar era a de uma Uni da vida, e lá fui eu, o curso? Publicidade. Não sei se eu morreria de fome, de frustração, provavelmente. Parei no segundo ano e seis meses depois entrei na PUC para fazer Serviço Social. Me encontrei, me encantei com a profissão e estou caminhando para o TCC.

O namoro - bom, esse, nem de longe deve ser considerado uma regressão. Foi um salto, e bem alto. Justamente por ser um cara fofo demais, ele merecia alguém que pudesse retribuir todo o carinho e amor que tinha para entregar, e eu, não podia mais.
Já faz um tempo que ele encontrou essa pessoa, e isso me deixa muito, muitooo feliz.

Esses dias, vendo uma árvore ser podada, pensei, se as árveres somos nozes (rs), também precisamos passar pela poda.
Cortar os galhos que já estão mortos, deixar espaço para que novos possam nascer, crescer e se fortalecer.

As vezes, penso que só estou sendo podada.

E, como diz a canção...
Virando o jogo, transformando a perda em recompensa, e quando olhar pro lado...Eu quero estar cercado, só do que me interessa.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A alma núa

" Que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito. Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe seja linda,ainda que tristeza.
Porque metade de mim é partida. Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas. Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço. Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso. Mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso, que eu me lembro ter dado na infância.
Por que metade de mim é a lembrança do que fui. A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo. Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar. Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia. E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor. E a outra metade,também."

Metade - Oswaldo Montenegro

sábado, 2 de outubro de 2010

Deus

Já faz um tempinho que “dou as caras” por aqui e nunca escrevi sobre Ele, Deus.

Acho que Deus é um cara muito simples, mas demos um jeito de complicá-lo, e de ditar em seu nome religiões, rótulos, bizarrices, fundamentalismos e fórmulas e mais fórmulas para alcança-lo.

Mas, penso que tudo isso, muito pouco quer dizer sobre Deus. Eu imagino que Deus seja um ser cheio de vida, alegria, música, dança, artes, e muito amor. Ele está em mim, em você, no mendigo da esquina, no verde das árvores, aliás, acho que Ele se revela muito através das coisas mais simples, uma flor, por exemplo.

E foi ouvindo a música do Pixinguinha, que senti de uma maneira muito forte a mensagem dele, a simplicidade e o carinho de um Deus que as vezes pensamos ser tão distante e tão duro.


Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Parabéns, Miyagi


Sabe aquela carta que guardamos na manga? Ou melhor, sabe aquela peça que você guarda num porta jóias e sabe que estará lá sempre que precisar? Uma peça tão valiosa que você só compartilha com pessoas especiais. Pois é, assim é o meu amigo nipônico. Uma peça valiosa, e que sempre acaba virando amigo das amigas.

Divertido, inteligente, gentil(tem lá seus dias de fúria, mas é gentil), pé de valsa, garanhão do funk (haha) e muito, muito dedicado aos amigos.

Fomos vizinhos de baia, uns 6 anos atrás, e eu nem imaginava que depois nos tornaríamos irmãos e que teríamos tanto carinho um pelo outro.
Bom, ele, o Élcio, é o japonês mais paraguaio que já conheci e certamente o mais engraçado também. Dono de uma gargalhada contagiante e de uma dancinha engraçada, que ele teimava em fazer em pleno expediente, me fazendo rir como uma louca.

Ele já me viu chorar e eu também o vi, já me viu sorrir, já me deu bronca quando errei, já reconheceu quando acertei, já me ouviu por horas e horas...
E sendo ele o melhor dançarino de rockabilly, me ensinou a dançar, é o meu Mestre Miyagi da dança, haha. Ele me acompanha pela vida, e me conhece como poucas pessoas.

Ele me chama de mano, cara, e eu nem ligo. Briga comigo dizendo que uso vestidos de uma menina de 10 anos de idade...hehe. E me liga em pleno sábado, 01 da manhã, perguntando se quero tomar um café, sem ser inconveniente; e acaba me livrando de uma festa chata, com todo seu humor.
Também é ele que me liga no dia do seu aniversário para receber parabéns...rs.

Pois para você, um enorme parabéns, viva muito mais, tenha sempre tudo de melhor que a vida possa oferecer. E continue cumprindo seu melhor papel, fazer pessoas felizes. Acho um luxo uma pessoa que tenha essa missão, fazer os outros sorrirem.

Saúde, paz, amor e todas essas coisas boas que as pessoas costumam desejar em aniversários.

Ah, e a música que eu mais gosto de dançar com o Sr. Miyagi, ops, com o nipônico...

=D

The Baseballs

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sobrevivi...Posso Contar



Foi na Bienal do Livro que ocorreu o lançamento de Sobrevivi...Posso Contar – Maria da Penha.
Dei uma passadinha por lá e me rendi a tietagem, mesmo morrendo de vergonha, rs.

Levei o livro para Penha assinar. Com o sotaque um pouco carregado ela perguntou se eu cursava Direito e o quê eu gostaria de fazer futuramente, respondi que faço Serviço Social e pretendo trabalhar com mulheres que sofrem violência.
- Ah, menina, tu está certa. Disse ela, carinhosamente. Então dei um abraço naquela mulher que sempre admirei e que viria admirar ainda mais após ler toda a sua história.

Penha foi torturada durante muito tempo por seu ex-marido, viu suas três filhas sofrerem com um pai extremamente violento e foi exposta a duas tentativas de homicídio. Primeiro, com um tiro enquanto dormia e posteriormente, eletrocutada durante o banho.

Marco, seu ex-marido, professor universitário e economista foi preso enquanto lecionava. 19 anos e 6 meses após a primeira denúncia de Penha.

Além de toda a violência doméstica, Penha foi violentada também por uma Justiça extremamente lenta e engessada.
O caso de Penha tomou grande repercussão, e gerou a revolta de movimentos feministas e de mulheres. Com a pressão de ONG's e Órgãos Internacionais de Direitos Humanos, seu caso foi enfim “visto”. E em 7 de Agosto de 2006 foi sancionada a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha.

Poucas vezes chorei ao ler um livro, mas ao ler Sobrevivi...Posso Contar foi difícil conter as lágrimas. Hora por pensar em como um ser humano pode ser tão perverso e cruel e hora por tamanha admiração a uma mulher tão forte, iluminada e vencedora.

Desejo que muitas outras mulheres possam sobreviver e contar.

"Acordei de repente com um forte estampido dentro do quarto. Abri os olhos. Não vi ninguém. Tentei mexer-me, mas não consegui.
Imediatamente fechei os olhos e só um pensamento me ocorreu: “Meu Deus, o Marco me matou com um tiro.”
Um gosto estranho de metal se fez sentir, forte, na minha boca, enquanto um borbulhamento nas minhas costas me deixou ainda mais assustada. Isso me fez permanecer com os olhos fechados, fingindo-me de morta, pois temia que Marco me desse um segundo tiro."
Maria da Penha.

Ah, uma outra leitura que gostaria de compartilhar com vocês, é um texto que foi publicado na Folha, infelizmente, bem diferente do livro da Penha. Com um conteúdo extremamente machista.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Gente boa!

É óbvio que o mundo anda ao avesso, e que tem muita gente má por aí. Mas, não é sobre esses que quero falar, quero falar sobre pessoas boas que cruzam os nossos caminhos.

Segunda fui visitar uma amiga, num bairro que não conheço muito bem. No ônibus, pedi para a cobradora me avisar onde deveria descer.
Fiquei próximo a ela, de pé, para não correr o risco de ser esquecida.

O dia estava super quente, mas comecei sentir um calor fora do normal, e suar bastante, e sentia minhas mãos formigarem, pensei: acho que não estou bem. Depois disso, só lembro que acordei com um cara me segurando e me levando até um banco, me abanando. Desmaiei, e se não fosse o cara, teria caído no chão igual banana madura, ou igual minha pressão, rsrs.
Este cara que me segurou perguntou onde eu desceria, e eu, ainda zonza, não lembrava o nome da rua, pedi que a cobradora falasse, a bonita também não lembrava mais, rsrs.
Achei o endereço anotado, e o moço, muito do fofo, desceu junto comigo, longe do destino dele.

Descemos próximo a uma lanchonete, e ele pediu que eu aguardasse um minuto, entrou na lanchonete e voltou com uma água de coco, dizendo que um líquido me faria bem, e que água de coco é o melhor e mais gostoso soro que existe. Me levou até a casa da minha amiga e se despediu pedindo que eu me cuidasse.

O dia foi passando e logo melhorei, impressionada com tamanha bondade do moço, e muito feliz por ter a sorte de cruzar muitas vezes com pessoas assim, de coração grande e bom.

PS. O fofoleto, além de tudo, era um gato! haha.

domingo, 12 de setembro de 2010

Pelas ondas do rádio...

Concordo quando as pessoas dizem que as coisas simples da vida são as melhores. As vezes, algo pequeno é capaz de transformar um dia, uma situação, ou simplesmente nos marcar com uma boa memória.
Hoje estava ouvindo uma música e lembrei algo que aconteceu há pouco tempo.

Sempre levo comigo um mp3, afinal, música funciona como combustível para o meu cérebro rs. Mas acabei esquecendo o iPod um dia, assim, só restou ouvir rádio FM pelo celular. E antes de ligar, pensei: Seria tão bom se tocasse a música Pessoa da Marina Lima. Queria muito ouvir.
E não é que quando liguei o rádio estava começando justo essa canção. Seria muito normal se fosse uma música atual, e não é o caso. A música é de 1993, e não costuma tocar com muita freqüência.

Fiquei impressionada. Adoroooo Marina Lima, mas, essa música em especial, é uma daquelas certas canções que ouço e cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui eu que fiz?

Sou extremamente medrosa, principalmente quando se trata dessas coisas do coração.
Mas o mais curioso, foi a música que tocou em seguida... O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre.

Será que foi uma resposta? Rs.

Não sei, só sei que aquele dia me senti agraciada,como se houvesse uma conexão muito forte entre aquela playlist e o meu coração.

PS - Computador quebrado é uma droga, que saudade da blogosfera rsrs.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dancei

O samba estava comendo solto, e eu, num gingado quase gringo haha.

Não conheço tantos sambas antigos, aqueles de raiz, mas acho lindo, um ritmo tão nosso, tão contagiante. E de tão contagiante, mesmo sem quase nenhuma coordenação, me permiti uma sequencia de 5 passos para frente e para trás, com muita raça. Algo parecido com uma minhoca desgovernada.

Um cara enorme, de quase 2 metros me tira pra dançar, eu, no auge dos 1,54 virei quase uma anã perto do grandalhão, mas tudo bem, rsrs.
Deixei bem claro que não sabia dançar, ele insistiu e se arrependeu. Um fiasco nosso samba a dois rsrs. Juro, não conseguia acertar nem um pra lá e outro pra cá.

E o mais engraçado é que quando você está dançando e quer que acabe logo, os músicos inventam qualquer coisa que prolongue a música. Acho que foram no mínimo 7 minutos. Morrendo de vergonha, pedi desculpas.
Ai, Virgem de Guadalupe, e não é que o bonito emendou mais uma dança, haha.
Mirei de longe duas amigas que morriam de rir, o que me fez também cair na gargalhada e perder ainda mais o ritmo, que há tempos já estava tenebroso, o cara tentando me conduzir e eu dançando igual aquelas velhinhas em baile da 3ª idade.

Ok, ok...um dia eu hei de liberar a globeleza que habita em meu ser(ou não) haha. Super queria aprender dançar samba-rock, para me acabar ao som do Seu Jorge.

Enquanto isso não acontece, haja rockabilly(ritmo dos anos 50 e 60) para compensar a vergonha. E eu adoroo dançar rockabilly. Não é créu, mas tem que ter disposição, para girar, e girar muitoooo, e com direito a vestido de bolinha e tudo! Hehe.

;D

P.S- Que saudade das aulas de dança!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mary and Max - Uma Amizade Diferente



Esse é um dos meus filmes preferidos. É quase impossível assistir sem me emocionar e chorar um bocadinho.

É uma animação para adultos, bem diferente dos clássicos da Pixar e Disney, nada de 3D e efeitos especiais mirabolantes. O filme é muito simples, mas, com muita profundidade. E com certa leveza e humor aborda temas como a amizade, o amor, idealismos, alcoolismo, dramas familiares, solidão e a síndrome de asperger.

Acho que nunca assisti um filme que apresentasse de uma maneira tão bela e tão humana a amizade e a aceitação, e ainda, o quanto ela é necessária, o quanto nós precisamos nos relacionar e precisamos ser histórias compartilhadas. Porém, sem muito idealismo, pois como seres imperfeitos que somos, falhamos muito ao articular nossos sentimentos.

Me identifico em alguns momentos com Mary e em outros momentos com Max. E é uma delícia viajar junto com as cartas que atravessavam dois Continentes.

Aliás, adoro escrever e receber cartas. Acho carta muito mais pessoal, é a minha letra, o meu toque. Quando eu era criança, escrevia cartas e borrifava meu perfume para que ficassem também com o meu cheiro, e como Mary, sempre tive o costume de colocar chocolates ou lembrancinhas nas cartas que entrego.

Bom, quem não assistiu, super indico, ainda está em cartaz no Belas Artes e se quiserem companhia, é só me chamar, pois eu amo esse filme rsrs =D

"Esta canção diz, uh: Não importa quem você é, não importa onde você vá, na vida, em algum momento você irá precisar de alguém, para ficar do seu lado."
Stand by Me - Playing for Change

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um dia por vez

Acho impressionante a capacidade humana de rotular tudo, classificar tudo, acelerar tudo, cobrar tudo...

Em casa, recebo uma ligação, é o suficiente pra começarem as perguntas: Você está namorando? Então, o quê é que vocês tem? E se não estão namorando, quando vão começar?
- Mãe, estou solteira, e muito feliz. =D

- Você está desempregada? Mas depois de 6 anos você saiu da Abril por quê? Menina, você é louca! E vai começar trabalhar quando?

Após um mês inteiro de curso, estudando temas pesados como violência doméstica, feminismo, racismo e outros ismos, a palestrante encerra o curso com uma pergunta taxativa: Você é feminista?
Eu pedi ajuda aos universitários,pois ainda estava cheia de dúvidas e questionamentos, e a pergunta me fez mal, eu deixei ali muitos preconceitos e conceitos, e construi novos ideais, resumi-los em: sou feminista, ou, não sou feminista é phod*.
Isso, com uma TPM monstra, não deu outra, cheguei em casa e chorei até. Rs.

Dias depois, recebi um email muito fofo de uma professora:

"Vá desenvolvendo as dúvidas e vá buscando respostas, essa é a melhor maneira de viver. Quando tudo está muito certo, respondido e aceito, ficamos num tédio absurdo. Paramos no tempo, entramos na inércia. Escreva sobre suas dúvidas, faça crônicas, elabore os trabalhos das disciplinas, aproveite-as para crescer e amadurecer."

Adorei.

Eu não quero me definir, quero me construir. Quero me compor, me escrever, me desenhar, me procurar. Eu sou caçador de mim e, ainda tenho um tempinho pela frente para encontrar. Buscando um dia por vez, sem pressa, vivendo.

Fechando os olhos e cantando:

Não se afobe, não
Que nada é pra já.




PQP - E esse Chico Buarque? Gzuz, lindo demais.
Ah, e ele está o máximooo no documentário Uma Noite em 67(mutcho bom).

;D

domingo, 15 de agosto de 2010

Kimi

Esses dias, fui almoçar na Liberdade, e é impossível passar por lá sem lembrar de uma pessoa que marcou minha vida, e me ensinou tantas coisas, a dona Kimi.

Desde o primeiro dia que nos vimos, a senhora foi tão simpática, me olhou e abriu um sorriso. Como se já soubesse que nossas almas se ligariam. Me aproximei e começamos conversar, o sotaque era carregado e vez por outra, dizia algumas palavras em japonês. Mesmo assim, conversamos bastante, e foi o suficiente para me encantar com uma velhinha tão linda.

Passei a visitá-la todos os domingos. A senhora me contava sobre a vida no Japão, sobre a chegada ao interior do Brasil e como foi parar na Liberdade. Contava também que casou muito nova, e um tempo depois, descobriu que o marido tinha outra família, e logo ficou viúva. A história se repetiu no segundo casamento. Dizia ainda, que nem mesmo os tapas que levava doíam tanto quanto as traições.

Um dia, fiz carinho em seus cabelos, e nunca vou esquecer sua reação, fechando os olhinhos e sorrindo, a senhora me disse que não sabia receber carinho, pois nunca lhe fizeram.

Uma época, tentei aprender falar japonês, mas, claro, não consegui, ô idioma difícil rs. E contei pra senhora, que prontamente respondeu:
- A moça tem coração, não precisa ter língua, tem que saber falar com o coração.

Não esqueço que um domingo não pude visitá-la, e na semana seguinte, a senhora, que me chamava de moça, disse ter me esperado o domingo todo, e que quando ouvia barulho no elevador, o coração disparava, mas, quando percebia que não era a moça, ficava triste.

A senhora também gostava muito do "moço", tanto, que depois de um tempinho, quando fui sozinha visitá-la, não tive coragem de dizer que não iria mais com o moço.

A senhora não sabia o que era receber sem doar algo em troca, e sempre que eu chegava com alguma lembrancinha,corria para o quarto e procurava algum presente, uma vez, me deu um cortador de unhas rsrs, outra vez, um jogo de botões com linha e agulha e uma presilha de cabelo que a senhora usava no Japão. Tenho todos até hoje, menos a presilha, que sumiu numa mudança.
E uma vez, fiz um poema pra senhora, que disse: ô, moça tava vendo coração de Kimi para escrever? Quem me dera, ver um coração tão lindo quanto o da senhora.

As vezes, a senhora queria me mostrar fotos antigas, e dizia sorrindo que era muito bonita quando jovem, e realmente era.

Também costumava falar sempre que já estava cansada de viver, 90 anos era muita coisa e por isso, não via a hora de descansar.
Eu preferia mesmo que a senhora tivesse partido assim, sem dor, rumo ao descanso.
Foi muito dolorido ver a senhora tão mal, inconsciente, sem poder falar, sorrir, e me olhar com tanto carinho.

Mas, ainda hoje, eu trago na memória e no coração a dona Kimi que apesar dos 90 anos, era cheia de vida, e tinha palavras tão sábias e um sorriso fofo demais, e me dizia coisas do coração.
Kami Sama foi muito bom, e me presenteou o dia em que pude conhecê-la, a senhora fez e ainda faz parte da minha história.
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Mudando de pato pra ganso, hoje foi dia dos solteiros, mas, para duas amigas, o love está super in the air...haha. Não é Rose? Não é Sam? hihi. Vai que é tua Tafarel rs.

domingo, 8 de agosto de 2010

Ah, sonhar

Hoje, tirei a noite pra sonhar.

Sonhar acordada, sonhar através de notas musicais, sonhos cantados numa doce voz, tornando-se quase uma oração.

Dias tristes pedem sonhos, e sonhos que não limitem-se em dimensão, pois eles, os sonhos, precisam ser grandes, largos, extensos, e devem de preferência, alcançar o céu, deixando assim, qualquer tristeza pequenininha que só.

Sonhar não custa nada, além de tempo e coração. O meu sonho foi escrito por outra pessoa, e isso o torna melhor ainda, sonho bom mesmo, é sonho compartilhado, é sonho que vira coro, é sonho que de voz em voz, torna-se real.

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voar

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um pedido especial

- Olá, boa noite, seja bem-vinda. Aqui está nosso cardápio.

- Boa noite, obrigada, mas já sei qual será meu pedido:

Entrada - Eu quero a sorte de um amor tranqüilo,com sabor de fruta mordida
Prato principal - Todo amor que houver nessa vida
Sobremesa - Pra poesia que a gente não vive, transformar o tédio em melodia*

- Acho que por enquanto é só isso. Vou aguardar e quando chegar, me fartar, afinal:

Vida foi feita pra estar em dia
Com a fome**



* Todo Amor que Houver Nessa Vida - Cazuza
** Boa Noite - Djavan


domingo, 1 de agosto de 2010

Recordar é viver

Sábado, dia de sair pra ouvir música boa, dar risada, dançar e por aí vai. Certo? assim seria, se eu não tivesse levado um bolo de duas bonitas.
Aí, resolvi tirar a noite pra ouvir música e conversar com um amigão via MSN, relembrando alguns fatos peculiares de nossa adolescência, a maioria impublicáveis, tamanha vergonha, mas, um eu vou contar, e se esse é o mais leve, imaginem o resto.

Por baixo, acho que já assisti o filme Dirty Dance umas 50 vezes(ok, exagerei um pouco, talvez tenham sido 30 rs). Quem assistiu, lembra com certeza do salto que a Baby deu na dança final, ao som de Time of My Life. Como nunca tive um Patrick Swayze(o quê era aquilo? haha) em casa, me virei com o quê tinha: O sofá. Não foram raras as vezes em que peguei impulso, corri pela sala e me joguei de braços abertos como se fosse levantar voo(na nova lei ortográfica fica assim? sempre confundo.) no sofá. Rsrs.

Adoro esse filme, e acompanha a trilha sonora a música Hungry Eyes, que tem um vídeo impagável. O cantor é uma mistura de Walter Mercado(ligue jah) e Cauby Peixoto(Conceiçãooo). Não bastando,o ator principal, que só aparece no final do vídeo é irmão gêmeo do Tiririca, e a atriz é no mínimo prima da cantora Rosana (Como uma deusa). Um barato.

Como eu já estava nesse clima, resolvi ouvir a rádio trash (adoro a estação trash in love rsrs). O quê só me faz ter mais certeza que realmente nasci na época errada. Sou uma saudosista de primeira, até mesmo de épocas que não vivi, acho o máximo músicas dos anos 70, 80 e 90.
Meu corpo cria vida própria ao som de Like a Virgin da Madonna. e quando se trata de Careless Whisper do George Michel, não resisto, danço com quem estiver à frente, sorte que a única vítima por enquanto foi a minha mãe, espero nunca escutar na rua. Aliás, minha mãe é a que mais presencia esses ocorridos, uma vez, estávamos no Pão de Açucar e começou tocar If you leave me now do grupo Chicago, dancei "de leve" e cantei muito: Uh uh uh no, baby please don't go.

E assim, totalmente nostálgica, dei adeus ao sábado e boas vindas ao domingo, me divertindo com a viagem ao túnel do tempo.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O amor é importante, porra.

Esses dias fui ao shopping com a minha mãe, nos acomodamos na praça de alimentação e ao nosso lado estava uma criança muito fofa, a Laura. Ela estava com a avó, uma senhora muito simpática. Logo apareceu a mãe da Laura, típica perua, com a seguinte pérola: - Estou revoltada, uma criança apareceu na fila dizendo estar com muita fome e pedindo um lanche, acabei de gastar R$ 50,00, claro que não vou gastar mais com ela. Shopping é lugar de pedir comida? (???).

É, como cantava Elis, o ser humano tá na maior fissura e tá cada vez mais down no high society. Nos chocamos ao ver na mídia casos brutais de violência, mas não percebemos que no dia-a-dia, com nossas palavras e atitudes também matamos outros seres humanos, e também vamos morrendo, pois perdemos nossa sensibilidade, nossa capacidade de ir além do umbigo.

Cada vez mais nossas relações tornam-se superficiais e egoistas. Não é?
Desaprendemos conversar, o assunto sempre cai no "eu". Não conseguimos mais olhar nos olhos e ouvir atentamente aquilo que os outros tem a nos dizer.
Que loucura, minha gente. Estamos perdendo nosso bem mais valioso, o amor, e quando amamos, nossa maior alegria é satisfazer o ser amado.

Gentileza gera gentileza, tomara que a gente encontre esse caminho, o caminho da gentileza, do carinho, do cuidado e do respeito uns com os outros. Eu, um tanto piegas, ainda acho que seja possível. E vocês, acreditam?

"...Amor, palavra que liberta, já dizia o profeta."

domingo, 18 de julho de 2010

O Vencedor?

Quem costuma passar por aqui, e ler alguns textos, já percebeu o quanto sou viciada em músicas, pois é, elas tomam a maior parte do meu dia e também dos meus pensamentos, e hoje, minha mente foi dominada por uma música em especial, O Vencedor, do grupo Los Hermanos.

Eu poderia classificar essa música como "libertadora". Sim, isso mesmo. Quando ouço os trechos embalados pela voz do Marcelo Camelo, sinto um enorme peso saindo das minhas costas, é como se eu me livrasse por alguns minutos da pressão de ser sempre vitoriosa.
E cá pra nós, ô coisinha terrível, não é mesmo? ora bolas, não serei sempre vitoriosa, não serei sempre a primeira, a melhor, a mais destacada. Essa cobrança nos ronda desde a infância até os últimos dias de vida.

É como se não pudéssemos sentir dor, tristeza, dúvidas, como se no meio do caminho não houvesse lugar para os erros, para o medo, para o incerto. O discurso é sempre tão "up" que não sobra espaço para aquilo que nos faz gente, nos faz humanos.

Além do que, é na dor que nos tornamos iguais, dor é dor, derrota é derrota, e não deixa de fora classe social, gênero, religião, etc. E é também em meio a dor que podemos crescer, podemos ser consolados, podemos aprender, podemos receber carinho e apoio, podemos contar com um ombro amigo, com alguém que simplesmente diga: Estou aqui, contigo.

Nem só de flores se faz um caminho, mas, flores são flores, e sempre aparecerão, ainda que mistudas a espinhos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mudanças

"...E eu vou embora, sem mais feridas, sem despedidas, eu quero ver o Mar."
(Vanessa da Mata - Música)

Acho que é exatamente isso, eu quero ver o mar. Quero o profundo, o além, perder a vista diante da imensidão, eu quero o novo.
Mas o novo, é sinônimo de mudança, e elas são bem-vindas. Às vezes(quase sempre), essas mudanças não são tão fáceis, não tem hora certa pra chegar ou ir embora e não dizem a quê vieram, é como o vento, sopra onde quer, e com ele, também leva e traz o que quer.
Eu, sou quase a própria metaformose ambulante cantada por Raul Seixas. É impressionante, mas 5 minutos podem fazer uma diferença imensa sobre mim, ou dentro de mim.
Tudo muda o tempo todo, ou melhor, as pessoas mudam o tempo todo, e de repente, aquilo que era, já não é mais. Aquela dor, já não dói mais. Aquela lembrança, já não faz mais tanto sentido e estar em determinado lugar não é mais agradável.
Eu costumo pensar algumas mudanças da minha vida como mudanças que ocorrem em algumas músicas. Inclusive, estava conversando com uma amiga sobre isso, e ela tem a mesma sensação (e me deu a idéia do post).
Por exemplo, a música Fico Assim sem Você, com a dupla Claudinho e Buchecha, eu não gostava tanto, de repente, vai a Adriana Calcanhoto e muda a melodia, a voz, e a música fica linda.
Eu amo as composições do Roberto Carlos, cada letra linda de dor de cotovelo, mas a voz dele, me desculpem, não suporto. Agora, quando Marisa Monte canta Eu te amo , Fernanda Takai canta Você já me esqueceu, Maria Bethânia canta Nossa Canção, a mudança é de queijo para cheiro verde, eu diria.

A mesma essência, com melodias diferentes, e ocorre uma transformação. E a vida é assim, não é mesmo?
Que mude o que deve ser mudado e permaneça o que é necessário. E que durante esse permanente processo, a gente realmente aprenda a deixar de lado aquela velha opinião formada sobre tudo.

Só não vale perder o barco rumo ao mar, não quero cantar no final:

Lá fora, amor,
Uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela
O tempo passou na janela
Só Carolina não viu.
(Chico Buarque - Carolina)

P.S: Chico é Chico, não tem nem o que dizer. Mas prefiro a música Carolina com o Caetano. Acho essa, uma das mais belas músicas com esse nome aí rs =)
P.S 2: Coloquei o vídeo das músicas citadas no post, é só clicar em cima do nome e abrir numa nova janela.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

I'd Do It All Again

Mais um feriado, e mais uma vez a mesma sensação: Passou muito rápido!
Planejei diversas coisas e pouquissímas aconteceram, mas mesmo assim foi legal, assisti alguns filmes na quinta, Sex and The City 2 e Furia de Titãs. Já na sexta, eu e uma amiga não pudemos assistir ao show do Arnaldo Antunes com Mariana Aydar pois os ingressos haviam se esgotado 20 minutos antes de chegarmos, tudo parecia dar errado, mas no final, deu certo e acabou numa sexta muito agradável.
Sábado comecei uma peregrinação rumo a um trabalho que deve ser entregue segunda, tentei fazer uma parte a tarde, mas bateu um sonhinho e a famosa e poderosa preguiça mais uma vez me venceu, fazendo meu plano de estudos terminar num bom cochilo. No fim da tarde, Outback com direito a batata e muita risada com pessoas especiais. A noite, resolvi dar uma passadinha na Livraria Cultura, comprei um livro muito legal: A Descoberta do Mundo, Clarice Lispector, são crônicas que ela escrevia para o Jornal do Brasil. Também passei pela Starbucks e já com meu chocolate quente na mão, resolvi andar sozinha pela Av. Paulista. É tão gostoso observar as pessoas caminharem por lá, os prédios iluminados, os restaurantes cheios, pessoas de tantas tribos, isso chega a ser um exercício físico e mental, muito bom!

Quando cheguei em casa lembrei do bendito trabalho que eu precisava fazer para entregar, como de costume, selecionei algumas músicas pra estudar, mas uma dessas músicas em especial me tocou como nunca havia tocado antes, I'd do It All Again da cantora Corinne Bailey Rae. Desde então, a vitrola foi dominada, e me conhecendo, será assim até o dia que eu enjooe dessa música e não consiga mais ouvir, isso só costuma acontecer quando já cheguei a decorar a respiração do cantor(a).
Acho que esse encantamento pela música não aconteceu somente pela maravilhosa interpretação, mas também pela letra:


"Você está procurando por algo que sei que não te fará feliz
Você está sedento por algo que sei que não vai te fazer feliz
Você fez tudo outra vez, você quebrou outra camada.
Você conseguiu tudo que queria, ...tão cansado
E se esgota toda a tristeza
É assustadora, a vida, através da escuridão..."

Em outras palavras, é como correr atrás do vento.
Há três meses atrás, participei de uma entrevista para uma vaga de estágio, parecia ser um projeto muito especial, tinha tudo que eu desejava, trabalhar direto com a população, e com foco em artes. Além disso, existia a possibilidade de estagiar junto com uma amiga muito especial. O salário não era uma "Brastemp", mas dava pra me manter. Até mesmo a distância se tornou um detalhe, diante de tantos atrativos.
Houve uma falha de comunicação e recebi a informação errada sobre o dia e horário da entrevista, chegando ao local no dia que me foi passado, soube que a primeira fase havia ocorrido no dia anterior e por isso eu não poderia mais concorrer a vaga.
Além de triste, fiquei revoltada, e junto com minha amiga, outra vítima do erro, conversamos com os coordenadores do projeto e após muito choro, fomos convidadas a participar novamente do processo. Minha amiga passou de primeira, e eu fiquei na suplência. Chorei, reclamei, cheguei a dizer que nada dava certo pra mim, achei que não estagiar neste projeto seria uma tragédia, rsrs; uma semana depois, uma pessoa desistiu e fui chamada, eis que surgiu a tão esperada e desejada chance, comecei o estágio.
Hoje, no último mês, vejo que não foi nada do que sonhei, é claro que aprendi muitas coisas, mas o projeto do papel foi completamente diferente, as expectativas não foram supridas e o que realmente ficou, foi um sentimento de frustração.
Quando perdemos algo que achamos ser impossível viver sem, ouvimos frases clichês como:
"Deus sabe o que faz", "Não seria bom pra você", "Deus tem algo melhor". Não sei quanto a quem está aqui lendo (se é que existe alguém lendo) mas chego até a sentir raiva dessas frases, dependendo da situação.
Porém, devo dar o braço a torcer, Ele realmente sabe das coisas, e imagino que em algumas situações, se Deus pudesse nos alertar sobre algo em forma de música, seria com as estrofes iniciais de I'd do It All Again.
Nós ânsiamos por tudo do nosso jeito, na nossa hora e como queremos, sem pensar que nossa atual felicidade alcançada com muito esforço pode se tornar nosso futuro infeliz. Pois nem tudo que aparenta ser bom é bom, nem tudo que dá certo é certo.

P. S: Domingo, quase segunda, e não acabei o trabalho. Rsrs.
P. S 2: Depois que você deixar um comentário (rsrs) vale a pena abrir o Youtube e ouvir a música da Corinne!

Obrigada, você, que gasta seu valioso tempo com as minhas humildes palavras.

domingo, 16 de maio de 2010


Os últimos finais de semana foram repletos de filmes, Alice no País das Maravilhas, O Segredo de Seus Olhos, Mary and Max, Doce de Coco, O Sorriso de Monalisa, A Cor Púrpura, O Contador de Histórias, Crash, e pela quarta vez, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain(um dos meus prediletos), alguns novos e outros nem tanto, alguns bons, outros não, passando por todos, fui de lágrimas a sorrisos, e de sorrisos as lágrimas.
Não quero aqui, de maneira pretenciosa, analisar filmes criticamente, nem o poderia, falta-me o conhecimento para isto, quero apenas escrever sobre filmes que tem o poder de me fazer pensar, sentir, aprender, viver coisas novas e diferentes.
Minha aventura começou na sexta, ao assistir com uma amiga o filme brasileiro, Doce de Coco, em determinados momentos, nos sentimos envergonhadas pela escolha, porém, rimos a beça, a começar por uma senhora dormindo e roncando ao nosso lado, não bastando, após o fim do filme, comentei com o casal sentado a nossa frente sobre a péssima qualidade do filme, e descobrimos depois que este casal fazia parte dos convidados do diretor, que estava na sala, fica aí uma lição, nada de comentários com pessoas desconhecidas em salas de cinemas, por pior que seja o filme.
Depois de recuperar-me de "Doce de Coco", assisti pela 4ª vez Amélie Poulain, se algum filme tem o poder de despertar minha depressão pós-filmes, é este, gostaria que fosse a minha história, ou pelo menos o meu final feliz, pois em vários momentos identifico-me com a Amélie e encontro no filme partículas do meu Universo.
As vezes fico pensando, nos filmes, tudo é mais bonito, mais charmoso, e se eu pudesse, me teletransportaria para alguns, teria uma amizade linda como a de Mary & Max, a audácia e coragem da professora interpretada pela Julia Roberts em O Sorriso de Monalisa, a intensidade de Celie em A Cor Púrpura, a imaginação de Roberto em O Contador de Histórias, os cafés charmosos de Paris com Amélie, sua criatividade, e claro, um lindo Nino Quincampoix...rsrs.
Encontro em muitos filmes, as viagens que não faço, os amores que não vivo, a alegria que não sinto, a dor que nunca vivi, e em outros, tudo aquilo que está bem aqui, tudo aquilo que faz parte de mim, do meu mundo, da minha trilha sonora.
Já pensei algumas vezes, será que estou no, Show de Truman? Estamos todos nós num grande palco? podemos escolher cenários, trajetórias, personagens, ou a cadeira de diretor já está ocupada? Será Deus o Grande Diretor de nossas histórias?
Não sei se minha vida nas telonas seria interessante e legal de ser vista, mas sei que a cada novo dia, a minha história vem sendo construida, altos e baixos, momentos alegres e tristes, personagens que eu não abriria mão, outros que não faria tanta questão, mas sei que não sou boa na direção, por isso, vez por outra, peço que aquele que realmente entende de filmes e verdadeiras histórias lindas, sente-se na cadeira, e dirija da melhor maneira, assim, até posso ver de longe, um final mais feliz, mesmo que seja no mundo real.


"[Deus] aparentemente se deleita a usar árvores, flores, rios, automóveis, amigos, inimigos, os prédios das igrejas, os quadros, a fim de anunciar sua presença ou realizar seus propósitos [...]. Há algo de grosseiro na descrição de Deus intervindo diretamente na situação, o desajeitado deus ex machina* interrompendo as falas dos outros atores e perturbando o palco. Quão mais maravilhoso é o Deus que dá dicas e se esconde, persuadindo de maneira dissimulada através e em torno dos atores, ainda que sem o conhecimento destes. É o Deus humilde que escolhe agir assim."
Robert Barron


* Na Antiguidade greco-latina, recurso dramatúrgico que consistia originalmente na descida em cena de um deus cuja missão era dar solução arbitrária a um impasse vivido pelos personagens.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Palavras

Nada fácil começar, trazer ao papel aquilo que pulsa no coração, pensamentos soltos, idéias vagantes, palavras vazias, emoções confusas, decepções, tudo num recipiente tão frágil, tão pequeno, todo esse balaio humano misturado, sem formas, definições ou explicações, toda essa massa misturando-se e tornando-me humana, um ser que sente, pois afinal, o pulso ainda pulsa.
Este "sentir" é bom, pois nada é pior que o vazio, que o gelo, que o oco, isso sim, é muito mais maléfico.
Mas conseguir controlar, encaixar e arrumar toda essa chuva de emoções não é nada simples, haja dor, haja riso, haja sol, haja chuva, e assim vou vivendo, aprendendo, tentando organizar as coisas por aqui.
Às vezes penso, será que se houvessem regras capazes de restringir o que sentimos seria mais fácil? menos doloroso?
Uma espécie de matemática emocional, regras e fórmulas, tudo em seu lugar. Ou talvez, outra solução seria usarmos melhor pesos e medidas e, acredito que esta segunda opção seja a mais sensata, não amar menos e não amar mais, porém, sendo isto impossível, prefiro extrapolar na sobra de amor e não em sua ausência.
Carlos Drummond de Andrade, disse: " A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que esquivando-nos do sofrimento perdemos também a felicidade."
Palavras sábias e belas, porém, as ler com um coração cansado de ser quebrado, usado, ferido, gera-nos desconforto e preferimos o contrário, isenção de dor, de risco, desta vulnerabilidade que nos deixa a quem de outro alguém.

Escrevo isto com propriedade, e com o medo a porta, será sempre assim? Alguma vez a história será diferente? Será que tudo que foi feito não foi o suficiente? Será que a verdade, a consideração, a preocupação, a lealdade são exigências exacerbadas?
Perguntas sem respostas, ou será a resposta que, amor, amizade e afeto, não se limitam aquilo que recebemos, mas aquilo que doamos? Aquilo que entregamos de nós e que não recebemos igualmente em troca? Pois na verdade, entrega não é troca, não requer devolutiva.


"É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim!
E ao senhor de iludir
Manda avisar, que esse daqui
Tem muito mais amor pra Dar."

É de lágrima - Los Hermanos