sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sobrevivi...Posso Contar



Foi na Bienal do Livro que ocorreu o lançamento de Sobrevivi...Posso Contar – Maria da Penha.
Dei uma passadinha por lá e me rendi a tietagem, mesmo morrendo de vergonha, rs.

Levei o livro para Penha assinar. Com o sotaque um pouco carregado ela perguntou se eu cursava Direito e o quê eu gostaria de fazer futuramente, respondi que faço Serviço Social e pretendo trabalhar com mulheres que sofrem violência.
- Ah, menina, tu está certa. Disse ela, carinhosamente. Então dei um abraço naquela mulher que sempre admirei e que viria admirar ainda mais após ler toda a sua história.

Penha foi torturada durante muito tempo por seu ex-marido, viu suas três filhas sofrerem com um pai extremamente violento e foi exposta a duas tentativas de homicídio. Primeiro, com um tiro enquanto dormia e posteriormente, eletrocutada durante o banho.

Marco, seu ex-marido, professor universitário e economista foi preso enquanto lecionava. 19 anos e 6 meses após a primeira denúncia de Penha.

Além de toda a violência doméstica, Penha foi violentada também por uma Justiça extremamente lenta e engessada.
O caso de Penha tomou grande repercussão, e gerou a revolta de movimentos feministas e de mulheres. Com a pressão de ONG's e Órgãos Internacionais de Direitos Humanos, seu caso foi enfim “visto”. E em 7 de Agosto de 2006 foi sancionada a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha.

Poucas vezes chorei ao ler um livro, mas ao ler Sobrevivi...Posso Contar foi difícil conter as lágrimas. Hora por pensar em como um ser humano pode ser tão perverso e cruel e hora por tamanha admiração a uma mulher tão forte, iluminada e vencedora.

Desejo que muitas outras mulheres possam sobreviver e contar.

"Acordei de repente com um forte estampido dentro do quarto. Abri os olhos. Não vi ninguém. Tentei mexer-me, mas não consegui.
Imediatamente fechei os olhos e só um pensamento me ocorreu: “Meu Deus, o Marco me matou com um tiro.”
Um gosto estranho de metal se fez sentir, forte, na minha boca, enquanto um borbulhamento nas minhas costas me deixou ainda mais assustada. Isso me fez permanecer com os olhos fechados, fingindo-me de morta, pois temia que Marco me desse um segundo tiro."
Maria da Penha.

Ah, uma outra leitura que gostaria de compartilhar com vocês, é um texto que foi publicado na Folha, infelizmente, bem diferente do livro da Penha. Com um conteúdo extremamente machista.

7 comentários:

  1. Oi, Carolzita! Adorei a dica de livro! É difícil romper com "padrões", né? Admiro esta Maria... Mudou a própria história e ajudou na mudança das histórias de outras marias... E que bacana seu projeto de trabalho! Bonito e necessário! Beijocas e ótimo fds!

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  2. Carol!!!! Não sabia do livro, vou com certeza comprar e lê-lo! Eu como choro muito só de pensar já me enchem os olhos só com o édacinho que vc postou! O texto da folha não consegui ler mas vou! Enfim é uma consciência que todas nós mulheres precisamos ter.
    beijocas,
    Mari.

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  3. É...e o Netinho está concorrendo à cadeira de Senador,Deus me perdoe mas eu queria muito que alguém chegasse na voadora nele.

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  4. Eu assisti o Pondé no café filosófico e até curti a abordagem dele,mas no blog ele cagou bonito,texto lixooooooo!

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  5. Ahhhhhhhhhhhhhhhh fosse eu também tinha feito isso, tinha tietado sim kkkk

    Admiro muito essa mulher, inclusive escrevei no meu blog sobre ela um dia desses. História de vida!

    bjs

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  6. Sim, Carol, força para a Maria da Penha.

    Beijão,

    Bela - A Divorciada

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  7. Oi Carol,

    Voltando agora ao mundo da internet. Fiquei muuuuito interessada em ler o livro. Muito! A gente sempre ouve falar da Maria da Penha, mas ler o livro é essencial. Boa dica. Ah, e não sabia que vc faz Serviço Social
    Beijos,
    Irma

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